Uma herança afro-americana que faz o coração do amante da música bater ao ritmo do ritmo. Jazz, blues e soul são três estilos musicais que conquistaram o mundo em apenas um século e meio. Como é que se pode distinguir um do outro logo nos primeiros acordes? Bem, o jazz é um género vasto e sólido, muito difícil de perceber para uma pessoa sem formação. As improvisações instrumentais, a profundidade do som, os acordes, os arpejos, as escalas ascendentes e descendentes – numa só composição pode encontrar-se uma tal confusão sonora que nos fará girar a cabeça. Ao mesmo tempo, a atenção do ouvinte não se concentra apenas no solista ou no intérprete, mas em toda a banda de jazz, sendo os instrumentos principais os de sopro e os teclados.

O soul é um dos movimentos do jazz. O nome fala por si: é música de alma, nascida algures no fundo do coração. Devido à suavidade do seu som, a música soul pode ser o “pano de fundo” perfeito para o seu evento especial. Os músicos para casamentos executam composições tranquilas, enquanto os convidados são envolvidos em melodia e harmonia. A propósito, identificar uma música no estilo soul é bastante simples: o vocalista normalmente tira notas com um subtil prenúncio, não batendo directamente no “B” ou no “A”, mas como que “fluindo” à volta deles. A segunda diferença é o jogo de registos, ou seja, a transição do falsete para o agudo e vice-versa. Estas canções exigem do intérprete uma dedicação emocional e física total.

Quanto ao blues, teve origem nas plantações de algodão do Sul americano, onde viviam os escravos. As composições falavam da vida dura dos trabalhadores negros (não é por acaso que o nome da direcção é traduzido como “melancolia”, “desânimo”). A principal tarefa do intérprete de então e de hoje é fazer com que o ouvinte sinta emoções semelhantes. O vocalista de um bluesman conta a sua história acompanhado pela guitarra, que chora, uiva, rosna e geme (com staccato, legato, vibrato e outras técnicas, claro). Outra característica marcante dessa tendência é a nota bluesy (subindo ou descendo o som em meio tom). Essa ornamentação “quebra” a melodia, tornando-a imprevisível e picante.